Impostômetro aponta que a cobrança de tributos no país alcançou mais de R$ 3,059 trilhões, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior
O Impostômetro registrou um novo recorde de arrecadação no país. Segundo a ferramenta criada pela Associação Comercial de São Paulo – ACSP para monitorar a cobrança de tributos no país, em 2023, somando União, Estados, Distrito Federal e Municípios foram arrecadados R$ 3,059 trilhões, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior.
É a primeira vez que o Impostômetro, que conta com um painel físico acompanhando a evolução da arrecadação em tempo real no centro histórico da cidade de São Paulo, registrou um valor acima de R$ 3 trilhões, sendo que a marca foi atingida justamente no dia de Natal, um presente amargo para os contribuintes.
Outro desgosto para os brasileiros foi a divulgação do estudo recente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT mostrando como essa arrecadação é utilizada. Em um ranking organizado com 30 países, o Brasil ficou em último no Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade – IRBES, que mede como o imposto arrecadado é devolvido à população. Esta foi a 12ª edição do estudo e em todas o Brasil ficou na última posição.
A esperança para inverter essa sina de arrecadação alta e baixo retorno para a população recai agora na Reforma Tributária aprovada pelo Congresso Nacional. A principal mudança será a criação de um Imposto sobre Valor Agregado – IVA com modelo de arrecadação dual, dividido entre União, Estados e Municípios. Para isso, serão extintos o PIS e a Cofins, do lado federal, para a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços – CBS, enquanto o Imposto sobre Bens e Serviços – IBS vai substituir o ICMS e o ISS. Embora já tenha sido demonstrado que não haverá queda de arrecadação, mas sim uma incidência diferenciada de acordo com os valores envolvidos, ou seja, maior rendimento, maior alíquota.
“Apesar de suas bases aprovadas, essa Reforma Tributária ainda tem um longo caminho pela frente e até sua implementação completa quem for mais eficiente no processo de pagamento de seus tributos e apresentação de obrigatoriedades estará sempre um passo à frente da concorrência”, avalia Marcelo Ferreira, especialista tributário da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas tributários, fiscais e contábeis do país.
O especialista lembra, por exemplo, que as empresas que possuem sistemas automatizados controlando a gestão diária de seus departamentos tributários têm uma série de vantagens competitivas em termos de redução de custos com mão-de-obra, retrabalho e autuações decorrentes de erros que poderiam ser facilmente evitados.
“Essa dinâmica não vai mudar com a Reforma Tributária. Na Easy-Way já estamos trabalhando para adaptar todos os nossos sistemas a nova estrutura tributária que será criada no país, mas por mais que as mudanças tragam simplificação e desburocratização, as empresas mais engajadas tecnologicamente estarão à frente de seus concorrentes independente das regras que serão adotadas”, acredita Marcelo.