Estudo da Fiesp mostra que para 83% dos industriais paulistas a tributação é o maior entrave ao aumento da competitividade e do crescimento do país
A arrecadação de tributos bateu um novo recorde em 2018. É o que mostra a ferramenta desenvolvida pela Associação Comercial de São Paulo – ACSP, o Impostômetro, que registrou um total de R$ 2,388 trilhões em impostos arrecadados pelos Governos Federal, Estaduais e Municipais no ano passado.
O montante é 10% maior que no ano anterior, o que mostra um crescimento na arrecadação mais que duas vezes superior à inflação do período, que deve ficar um pouco acima de 4%.
Os dados de arrecadação confirmam um estudo recentemente divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp que mostrou que para 83% dos industriais paulistas a tributação é o maior entrave ao aumento da competitividade e do crescimento do país.
A burocracia excessiva foi a segunda vilã mais apontada, sendo mencionada por 56,7% dos entrevistados que realizaram a pesquisa “Rumos da indústria paulista – barreiras à competitividade e ao crescimento”. Ao todo, foram consultadas 827 empresas no segmento da indústria de transformação no Estado de São Paulo.
De acordo com a Fiesp, a burocracia é ainda mais nociva em um período de recessão ou baixo crescimento, como o que o país tem enfrentado nos últimos anos, uma vez que mesmo faturando menos, as empresas são obrigadas a manter intactas as atividades operacionais necessárias ao atendimento dos trâmites burocráticos exigidos para permanecerem funcionando.
A Federação estima que o gasto anual com a burocracia dos impostos se aproxima de R$ 37 bilhões e para administrar o sistema tributário as indústrias gastam 1,2% de sua receita.
“Os números da Fiesp mostram uma realidade importante, mas são uma média, o que significa que algumas empresas gastam mais que outras para pagar seus tributos”, diz Fernanda Souza, gerente comercial da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas fiscais, tributários e contábeis do país.
A especialista da Easy-Way lembra que empresas que investem mais na automação de seus processos tributários acabam naturalmente adquirindo competitividade frente a seus concorrentes. “Quanto mais automatizado for o departamento tributário de uma empresa, menos despesas ela terá com retrabalho e autuações decorrentes de erros involuntariamente cometidos na execução dos processos. Isso tem um impacto direto na margem de lucro dessas companhias”, explica a profissional.