Brasileiro trabalha 149 dias apenas para pagar seus impostos


Segundo estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, em 2025, a carga tributária chegou a 40,82%

O mês de maio é reconhecido como uma data importante no calendário fiscal nacional, já que é o prazo final para a entrega do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF. Porém, o mês vem se consolidando também como o fim do período em que o contribuinte tem que trabalhar apenas para pagar seus impostos.

Segundo estudo divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, em 2025, os brasileiros tiveram que trabalhar até o dia 29 de maio para acertar suas contas com o fisco. Ao todo, foram 149 dias trabalhados exclusivamente para estar em dia com suas obrigações tributárias. O número é o mesmo registrado no ano passado.

A carga tributária, porém, aumentou. De acordo com o IBPT, neste ano a incidência de impostos, taxas e contribuições sobre a renda, o consumo e o patrimônio dos contribuintes atingiu 40,82%, sendo que em 2024 esse número havia ficado em 40,71%.

Ainda de acordo com o Instituto, a tendência é piorar cada vez mais. Pelas estimativas do IBPT, o novo aumento de IOF introduzido pelo Decreto nº 12.466, de 22 de maio de 2025, pode aumentar em até quatro dias o período necessário de trabalho para o pagamento de impostos, voltando ao patamar recorde de 153 dias registrados entre os anos de 2016 e 2019.

A arrecadação total também deve atingir níveis recordes neste ano. A previsão do Impostômetro, ferramenta criada pela Associação Comercial de São Paulo – ACSP, é que a marca de R$ 2 trilhões em impostos, taxas e contribuições arrecadados pelos governos Federal, Estaduais e Municipais em 2025 seja atingida no dia 3 de julho.

Vale lembrar que todas essas estimativas tratam de médias. Ou seja, a depender da faixa de renda do contribuinte, o número de dias trabalhados para quitar suas obrigações tributárias com o fisco pode ser um pouco maior ou menor. O mesmo se aplica à carga tributária, que impacta as empresas de forma não homogênea.

Essa variação na média é particularmente muito grande para as empresas, uma vez que está diretamente relacionada a opção de tributação e a possibilidade de se enquadrar ou não em regimes específicos de tributação de acordo com o objeto social ou faturamento.

Como exemplo, temos as empresas com grande investimento em tecnologia para automatizar seus processos fiscais, “Essas companhias têm condições de fazer planejamentos tributários que permitirão gerir melhor seu negócio e incorrer em menor tributação”, diz Fernanda Souza, diretora comercial da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas fiscais, tributários e contábeis do país.

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