A carga tributária calculada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário em 2021 ficou em 40,82% em relação ao rendimento médio do brasileiro
O brasileiro trabalhou praticamente cinco meses apenas para pagar seus impostos. Essa é a conclusão do “Estudo sobre os dias trabalhados para pagar tributos”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT.
Segundo o levantamento, em 2021, o brasileiro precisou trabalhar até 29 de maio, ou 149 dias, apenas para pagar impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. O número menor que os 151 dias registrados no ano passado ou os 153 dias do ano anterior pode ser atribuído aos efeitos econômicos da pandemia.
A redução no número de dias, porém, está longe de ser um grande motivo de comemoração, uma vez que ainda de acordo com o IBPT, na década de 70, o contribuinte trabalhava apenas 76 dias para pagar seus impostos, quase metade do que é necessário atualmente.
A carga tributária calculada pelo IBPT ficou em 40,82% em relação ao rendimento médio do brasileiro. O número também é menor que nos anos mais recentes em virtude da pandemia, mas é importante notar que esse índice encontra-se acima de 40% desde 2007.
Para Fernanda Souza, diretora comercial da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas fiscais, tributários e contábeis do país, a reforma tributária que está sendo discutida no Congresso pode amenizar essa situação e reduzir a carga tributária no país a longo prazo, mas para efeitos mais imediatos as empresas devem buscar soluções próprias.
“Quando a reforma tributária vier, vai impactar o ambiente de negócios e todas as empresas serão beneficiadas na mesma proporção. Por outro lado, quando investem em melhorias no processo de gestão de seus tributos, as empresas podem ter ganhos exclusivos e imediatos, impactando diretamente nos resultados”, explica Fernanda.
A diretora da Easy-Way lembra que com a crescente automatização da fiscalização promovida pela Receita Federal, o investimento em inteligência artificial para transformar tarefas rotineiras em automáticas também deveria ser um movimento natural por parte das empresas.
“As companhias que investem em tecnologia para automatizar seus processos tributários e fiscais conseguem diminuir o número de horas extras, possíveis retrabalhos e autuações. Essa economia tem um impacto direto na competitividade frente aos concorrentes menos eficientes no pagamento de seus impostos”, avalia Fernanda.