Veja ainda o que o contribuinte pode fazer para amenizar o impacto da carga tributária em seus negócios
Justamente no mês em que o brasileiro teve que acertar suas contas com a Receita Federal do Brasil – RFB ao entregar a declaração de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, três dados divulgados no mês de maio dão uma dimensão do peso da carga tributária no país. Veja abaixo esses números e também uma dica de como reduzir o impacto dos mesmos:
149 dias
Esse é o período – encerrado no dia 29 de maio – durante o qual o brasileiro tem que trabalhar ao longo do ano apenas para pagar suas obrigações tributárias, segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT. O cálculo é realizado levando-se em consideração o rendimento médio nacional em 2021 no valor de R$ 2.789.
Quando são analisadas faixas de rendimento ao invés da média, o número de dias pode ser bem maior. A pior situação é para quem ganha entre R$ 3 mil e R$ 10 mil. Esses contribuintes terão que trabalhar até 6 de junho, ou 157 dias, para quitar seus tributos. Quem ganha acima de R$ 10 mil consegue pagar seus impostos até 30 de maio (150 dias) e quem tem rendimento abaixo de R$ 3 mil já está com seus tributos quitados desde o dia 21 de maio (141 dias).
R$ 1 trilhão
Foi marca registrada no dia 3 de maio pelo Impostômetro, a ferramenta criada pela Associação Comercial de São Paulo – ACSP para mapear a cobrança de impostos no país. O valor é referente ao pagamento feito pelos contribuintes em impostos, taxas e contribuições aos governos federais, estaduais e municipais.
Neste ano a marca foi atingida 16 dias antes do que havia sido ultrapassada em 2021. Segundo a própria ACSP, a cada ano marca de R$ 1 trilhão vem sendo atingida mais cedo, mas neste ano a inflação pode ter acelerado ainda mais a ultrapassagem dessa barreira psicológica, uma vez que muitos impostos incidem sobre o valor final das mercadorias.
Recorde
A RFB divulgou que a arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas em abril atingiu R$ 195,1 bilhões. É o maior valor já registrado para esse mês desde 1995, quando a série histórica começou a ser produzida. Segundo a RFB, no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, a arrecadação do governo federal também atingiu o recorde de R$ 757,8 bilhões, uma alta de 11,05% em relação ao mesmo período do ano passado.
Eficiência
“A carga tributária por si só já é muito alta no Brasil, justamente por isso, as empresas tem que buscar eliminar ao máximo as possibilidades de erros e desperdícios em suas administrações tributárias”, aconselha Fernanda Souza, diretora comercial da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas fiscais, tributários e contábeis do país. Para ela, o investimento em tecnologia e automatização de atividades rotineiras do departamento tributário podem ser a chave para ser mais eficiente que os concorrentes: “diminuir a possibilidade de erros que resultem em pagamentos a maior ou autuações derivadas de equívocos têm impacto direto no resultado da empresa”.