Saiba o que fazer para reduzir problemas com retrabalho, impostos pagos à maior, horas extras e autuações provocadas por erros
Rever o planejamento tributário anualmente é fundamental para manter as despesas com tributos de forma controlada e previsível, mesmo que as grandes decisões sobre como gerir a vida fiscal de uma empresa sejam relativamente estáveis e não mudem com tanta frequência. Alguns pontos, porém, podem ser mais flexíveis e trazer um ganho considerável quando bem administrados. Veja abaixo três pontos para rever em seu plano anual e como eles podem impactar os resultados para 2022:
Fornecedores
Escolher de quem comprar produtos e serviços é uma decisão crucial para qualquer negócio e características como preço e qualidade são fundamentais nessa definição. Porém, a escolha de um fornecedor em virtude de sua localidade geográfica ou enquadramento fiscal pode resultar na obtenção de créditos tributários, mudanças na responsabilidade tributária e na própria incidência de alguns impostos levando, consequentemente, a uma redução na carga de tributos a recolher.
Em alguns casos há que se considerar não só a troca de fornecedores, mas até mesmo a adoção de produtos similares que possam fazer a substituição do que está sendo usado atualmente em virtude de vantagens fiscais. O mesmo princípio se aplica na definição da força de trabalho. Ao dimensionar a equipe para 2022, é preciso fazer simulações que levem em conta mão de obra própria, terceirizações e necessidade de horas extras.
De olho nas teses
Decisões de tribunais superiores podem trazer grandes impactos tanto no recolhimento mensal de tributos quanto na recuperação de créditos pagos à maior nos últimos cinco anos. Esse foi o caso, por exemplo, da exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF, que em virtude da modulação adotada acabou beneficiando mais as empresas que primeiro questionaram a incidência judicialmente. O exemplo pode se repetir caso o Tribunal julgue de forma semelhante a exclusão do ISS na base de cálculo das contribuições federais.
Também é necessário acompanhar de perto as movimentações legislativas, como novos benefícios fiscais, a definição sobre a desoneração da folha de pagamentos e alterações que possam ser implantadas com a reforma tributária que vem sendo debatida no Congresso Nacional.
Fechando a torneira
Ineficiências no cálculo de tributos e na apresentação de obrigações acessórias podem ter um grande impacto negativo na margem de resultados da empresa. Para evitar esse prejuízo é fundamental reduzir os desperdícios com retrabalho, impostos pagos à maior, horas extras em datas de entregas importantes e, principalmente, autuações provocadas por erros.
Para isso, um bom planejamento tributário deve identificar os gargalos e pontos chave na contabilidade, onde a adoção de softwares poderiam automatizar tarefas rotineiras. O investimento em tecnologia pode reduzir esses problemas, aumentando a confiabilidade dos cálculos e dos dados fornecidos ao fisco e, consequentemente, ajudando a aumentar a lucratividade ao longo prazo.