Especialista da Easy-Way fala sobre impacto da nova versão da EFD-Reinf e como a tecnologia pode ser uma aliada no pagamento dos tributos
Com 2022 se aproximando de seu último trimestre, o planejamento tributário começa a entrar na pauta das empresas antes que a correria de fim de ano impossibilite uma análise mais fria e pausada desse tema tão primordial. Para chamar a atenção para pontos que podem ser fundamentais no planejamento para 2023, fizemos uma entrevista com Marcelo Ferreira, especialista tributário da Easy-Way do Brasil, uma das maiores desenvolvedoras de sistemas fiscais, tributários e contábeis do país. Veja a seguir:
Por que as empresas devem rever seu planejamento tributário anualmente?
MF: Planejar a forma como vai pagar seus tributos no próximo ano, nada mais é do que uma forma de rever seus custos e decisões que podem trazer uma economia, seja pagando menos impostos ou seja reduzindo seu custo interno para cumprir suas obrigações fiscais. Lógico que sempre lembrando que isso deve ser feito respeitando a legislação para não incorrer no crime de sonegação.
Você poderia dar um exemplo para ficar mais claro?
MF: Há situações que já são bem conhecidas, como por exemplo, a mudança da linha de produção ou mesmo a troca de um fornecedor para outra localidade que possa ter um tratamento tributário mais benéfico. Porém, há pontos de atenção mais específicos, como o novo leiaute da EFD-Reinf que certamente irá impactar no planejamento para 2023.
De que forma isso se dará?
MF: A versão 2.1.1. da EFD-Reinf, que entra em vigor a partir da competência de março do ano que vem, traz uma Tabela de Natureza de Rendimentos para orientar sobre situações e incidências de retenção no Imposto de Renda. Na prática, isso pode alterar a forma como as empresas fazem esse recolhimento hoje e exigir até mesmo uma renegociação contratual com alguns fornecedores que terão que ser reenquadrados em uma nova situação.
O que os contribuintes podem fazer para identificar esse tipo de problema ou pontos de melhoria nos pagamentos de tributos?
MF: Nesse aspecto não tem muito segredo, quanto mais a empresa tiver investido no aprimoramento tecnológico de seu departamento tributário, mais fácil será para mapear automaticamente todas as suas operações fiscais, fazer simulações de vários cenários e identificar ameaças e oportunidades, o que é fundamental tanto para o dia a dia quanto para um planejamento com um olhar mais estratégico e de longo prazo.
Acredita que investir em TI pode reduzir a carga tributária das empresas?
MF: As alíquotas de incidência são as mesmas dentro de cada segmento, mas as empresas mais automatizadas cumprem suas obrigações fiscais de forma muito mais eficiente, reduzindo o número de horas alocadas a tarefas rotineiras e gastos com autuações provocadas por erros, então certamente isso tem um impacto no custo global do pagamento de impostos e apresentação e obrigações acessórias.